XXII
Passei diretamente da igrejazinha
para o meu atelier. Levava comigo um desejo de me confessar a toda a gente, mas tive
a certeza que ninguém iria compreender. Ainda para mais, pensei, tinha que
manter a minha pose socialmente correta. Bom, não tinha importância, ao menos não
era obrigado a andar de fato e gravata como um vendedor de alguma multinacional.
Quando me viu chegar, João ergueu-se
ligeiramente da sua secretária e dirigiu-se-me com a novidade:
- Bom dia, Miguel. O projeto do
bairro do Laranjal saiu hoje em Diário da República. Foi-nos adjudicado.
- Posso ver?
Com meia dúzia de cliques no
teclado, João mostrou-me a página do Diário da República eletrónico. Lá
estávamos.
- Ok.
- Boas notícias, certo? – interveio
Marília.
- Mau seria… - respondi e deixei-me
cair pesadamente, satisfeito, na minha cadeira. De seguida, prossegui… - Todos
percebem a sorte que temos quando a arquitetura está pela hora da morte e, não
sei exatamente, diria que uns cinquenta por cento dos arquitetos na Europa do
sul estão, atualmente, sem nada para fazer. A sorte que temos, hã?
Um rumor de assentimento percorreu a
sala.
- Mais alguma coisa nova? – indaguei,
procurando mostrar-me interessado.
- Recebemos um e-mail com uma
proposta para remodelações gerais nas instalações de um banco. Se quiser ver…
- Hmm, sim – fui ao meu e-mail e dei
uma vista de olhos.
- Contactamo-los já? – perguntou
João.
- Não, deixe passar um ou dois dias.
Senão, dá a impressão de que estamos desesperados. Por acaso, até nem estamos.
- Está bem. – aquiesceu. – Desde que
paguem…
- Ai, sim, de certeza que pagam! – ri.
– Vamos deixar passar três dias. Eu mesmo me ocupo disso.
Estirei-me, acendi uma das minha
cigarrilhas e comecei a lançar arcos de fumo em direção ao teto enquanto
recordava o resto daquele dia incomum. Não tardou, chegaram tossidelas da
secretária de Andreia. Continuei. Aquilo entretinha-me. Novas tossidelas. Por
fim, não se conteve:
- Miguel, por favor, já lhe expliquei
que o fumo me incomoda.
- Pois foi. – respondi, a cigarrilha
pendendo-me dos lábios.
- Já pensou, pelo menos, em usar
cigarros eletrónicos?
- Um destes dias, passou uma
reportagem na TV. Parece que ainda fazem pior do que os normais. – interveio
Marília.
- Ai, sim? – respondi, meio
distraído. – Então, não devem valer a pena.
Enviei mais uma densa nuvem cinzento-azulada
em direção ao teto, ao mesmo tempo que semicerrava os olhos com uma certa
espécie de prazer que ainda conseguia sentir. E depois, outra. Andreia voltou à
carga:
- Miguel, não nos está a respeitar…
- proferiu, de modo quase hesitante.
- Não? – perguntei, soerguendo-me na
cadeira, e fingindo surpresa.
Ela inspirou fundo e insistiu,
queixando-se:
- Não. Não consigo concentrar-me num
ambiente de fumo.
- Ah! – exclamei suavemente.
João e Marília estavam, ou mostravam
estar, distantes da cena.
- Então, o que propõe? A verdade é
que, na maior parte do tempo, nem sequer por cá estou. O meu passatempo
ocasional incomoda-a a esse ponto?
- Por acaso… sim. – respondeu
Andreia, enchendo-se de coragem.
Ponderei um pouco, lançando
simultaneamente mais um par de arcos de fumo na atmosfera. Ergui-me, dirigi-me
à porta de saída, esmaguei o que restava da cigarrilha no passeio e voltei a
entrar. Cheguei-me junto de Andreia e disse, inventando um olhar distante:
- Pois…
A rapariga devia estar nervosa, consegui
senti-lo e era, aliás, natural que assim fosse. Ficou à espera que eu dissesse
algo. Provavelmente, que me desculpasse, nunca se sabe o que vai na cabeça dos
outros…
- Então… - disse eu, momentos
decorridos -…, parece que os seus serviços não nos serão mais necessários.
Desejo-lhe um bom futuro na arquitetura e prometo que não transmitirei
referências negativas acerca de si a ninguém.
Pude ler o choque vidrado no olhar
dela. Aquela espécie de choque em que não sabemos se estamos acordados ou a
sonhar ou se o nosso interlocutor está a falar a sério ou a dizer uma piada de
gosto duvidoso. Acabou por compreender que eu, apesar de lhe sorrir e estender
a mão naquele momento, queria mesmo dizer cada uma das minhas palavras. Os
lábios descaíram-lhe um pouco e quase receei que lhe surgisse alguma lágrima
inútil nos olhos ou, muito mais provavelmente, que procurasse negociar a
situação. Em lugar disso, e aí tenho que lhe reconhecer fibra, estendeu-me a
mão, confessou que tinha pena que assim tivesse que ser, arrumou as suas coisas
e despediu-se dos colegas, não de mim, os quais, suponho, estariam quase tão
surpreendidos como ela.
- Acabámos de perder um bom
elemento… - disse-me João, quando a porta já se fechara atrás dela.
Voltei-me para o encarar. Claramente,
a situação desagradava-lhe, mas também não lhe dizia respeito diretamente.
- Talvez… - respondi pensativamente
– Com certeza que vai encontrar um lugar onde tenha menos razões de queixa.
Vamos lá ver, este é o meu atelier, é um pouco como a minha casa, era o que
faltava que não pudesse fumar uma desgraçada duma cigarrilha na minha própria
casa. Além do mais, uma estagiária a pretender fazer-me frente não é coisa boa.
Não, não é.
- Estou a ver. – acedeu ou fingiu aceder
João.
- Sim. Se queremos trabalhar em
equipa, não podemos estar divididos.
Não sei exatamente o que João e
Marília terão pensado da minha atitude e das minhas palavras porque optaram por
não se pronunciar e uma opção é uma opção. Também não perguntei, porque não
vale a pena estar a malhar em ferro frio. Talvez tenham pensado que eu era um
danado de um fascista. Por outro lado, já trabalhavam comigo há tempo
suficiente para saber que assim não era. Para dizer a verdade, pouco me
importou o que tenham pensado. A paz não tinha chegado a ser alterada e o
gabinete mantinha-se em funcionamento pleno.
- Marília… - pedi.
- Diga, Miguel.
- Importar-se-ia de divulgar nos
melhores locais que estamos à procura de um estagiário ou estagiária? De
certeza que hão de faltar candidatos. Ah, e por favor, mostre-me o texto antes
de o divulgar, pode ser?
- Com certeza.
- Obrigado. – sorri.
Talvez Andreia tenha andado a chamar-me
filho dileto de Lúcifer um pouco pelos quatro cantos do planeta, mas eu tinha
passado aquela fronteira tão comum, aquém da qual ainda nos importamos. Com
toda a franqueza, não fazia ideia porque me havia sequer de importar…
XXIII
O
verão tinha, enfim, explodido e suponho que as pessoas, regra geral, parecessem
e se sentissem efetivamente mais animadas. Eu mesmo sempre tivera o hábito de
gastar parte dos meus pensamentos invernais, agora que mal se dava pelo outono
ou pela primavera, num desejo ardente do regresso da silly season. Agora, não me trazia mais do que más recordações. A
pequena avenida ladeada de pequenas moradias que, naquela manhã, me conduzia à
praia do costume, estava repleta de árvores verdejantes e flores dardejantes
sob o céu perfeitamente azul e inesgotável. Ao volante do meu automóvel, no
entanto, não dava por nada. Talvez tivesse ganho laivos graves de daltonismo…
Sentei-me
na minha esplanada do costume, não na minha mesa do costume porque já estava
ocupada, e pedi um fino apenas pela obrigação de pedir algo. O próprio mar em
frente refulgia e eu estava absolutamente incapaz de o perceber, salvo nas
minhas memórias que, ainda assim, procurava evitar porque, na verdade, doíam
muito mais do que um possível e passageiro escaldão. O fino chegou e sorvi-lhe
a espuma, uma espuma demasiadamente amarga como era excessivamente salgada a
espuma que vinha rebentar junto às pequenas rochas do areal. Peguei numa
cigarrilha e a visão da cigarrilha enjoou-me. Deixei-a a repousar sobre o tampo
da mesa. Percebi que a confusão de trânsito, banhistas e gente na esplanada com
o seu ruído próprio, somado à confusão dos altifalantes que debitavam música
pop sem dó nem piedade, me estavam a causar pele de galinha. Seria aquela a
minha praia? Recostei-me contra as costas duras da cadeira e cerrei os olhos.
Vi-me
na China, ainda Cristo não descera teoricamente à Terra, entre montanhas e
vastos arrozais. De algum modo, dialogava em chinês, próximo a uma fogueira,
com um grupo de camponeses como eu. Distraidamente, lancei bambu verde para o
fogo. O bambu escureceu, enegreceu e, de modo absolutamente inesperado, estourou
num intenso clarão que nos deixou perplexos e amedrontados. Os animais das
redondezas corriam em todas as direções, não menos assustados. Ficámos em
silêncio durante largos instantes e, seguidamente, esse silêncio transformou-se
numa cegarrega de comentários e teorias, entaramelados e incompreensíveis. No
fundo, estávamos tão aliviados por termos sobrevivido a uma qualquer catástrofe
como chocados e espantados. Alguém aventou a ideia de que o que acabara de
ocorrer poderia constituir uma excelente forma de espantar os espíritos
maléficos que sempre nos atacavam as colheitas. Em breve, a notícia
espalhara-se e eis que me encontrava na Cidade Proibida, em plena celebração do
Ano Novo Lunar. O Pau Chuk, ou bambu
que rebenta, tornara-se um hábito das festividades. Habituáramo-nos à ideia de
que aquelas pequenas explosões não só acrescentavam festa à festa como, além do
mais, afastavam todos os demónios, garantindo assim um novo ano pleno de
proventos e alegrias. Anos mais tarde, e lá estava eu novamente, os alquimistas
tinham acrescentado novos ingredientes à receita inicial, enxofre, nitrato de
potássio, não sei, e criado o Huo Yao,
como quem diz droga do fogo,
aumentando as potencialidades das pequenas canas exponencialmente. Aguardávamos
os rebentamentos e dançávamos de alegria. Nessa altura, eu encontrava-me na
corte imperial. As festividades maiores não tinham sido ainda permitidas à
populaça. Pouco faltava para que alguém criasse a pólvora e, com ela, os
primeiros foguetes.
Encontrava-me
agora em Veneza, em finais do século XIII. Marco Polo, se existiu, e partamos
do princípio que sim, como quando pensamos em Shakespeare ou Homero, trazia da
sua longa jornada ao Oriente muito mais do que as massas que os italianos
decidiram nacionalizar. Com ele, vinham também a pólvora e os inovadores
foguetes. Pouco mais tarde, já na Renascença, aprendêramos a controlar a
pólvora de modo mais eficaz e utilizámo-la no que chamávamos o Dragão, uma
moldura de madeira coberta com papier
maché que soltava fogo pela boca. Os ohs e os ahs eram naturais, frequentes
e seguidos de inúmeros aplausos. O espetáculo mantinha-se, no entanto,
basicamente nas mãos da realeza, pelo que eu, que começara como um camponês,
continuava então a manter algum tipo de posição inútil na corte. Na verdade, só
durante o século XVIII, em Inglaterra, o fogo de artifício se tornou popular e
parte integrante das manifestações gerais. Nessa altura, já podia deslocar-me
pelas ruas, fazendo parte de todos, e extasiar-me com as demonstrações
pirotécnicas que passaram a marcar certas celebrações. Mas, como tudo o que
ocorre antes da próxima grande coisa, a pirotecnia era pobre e limitada apenas
a tons de laranja e branco. Aquele laranja e branco faziam-nos tremer de
excitação e alegria. Só na primeira metade do século XIX, no sul de Itália, os
pirotécnicos foram capazes de aperfeiçoar os fogos, acrescentando-lhes, enfim,
novos tons. E o espetáculo que finalmente se acrescia dos verdes, vermelhos,
azuis e amarelos, sobejamente mais profundos e brilhantes, deixou-me
boquiaberto e aproximou-me dos tempos atuais.
Revi-me,
então, junto ao rio, anos atrás, com o pequeno Ricardo abraçado a mim, entre
uma gargalhada e um susto, diante dos intensos rebentamentos multicoloridos que
tombavam de pontes, ascendiam de pequenos barcos e tocavam o topo dos céus,
desfeitos e liquefeitos em cores e formas múltiplas e talvez mais variadas do
que o próprio universo, caindo, por vezes, sobre as nossas cabeças como
cabeleiras de anjos. Nessa altura, Ricardo, já só ria às gargalhadas, passado o
susto inicial da surpresa, mantendo sempre o seu abraço apertado que quase me
pareceu sentir ainda num arrepio e pedia mais quando os últimos e mais
espetaculares fogos se desvaneciam e as pessoas se começavam a afastar. Ricardo
deu-me um beijo e exclamou: “Adoro-te!”. Que alegria tão inexplicável por vãs palavras,
tão seguida daquela tristeza escuríssima que marca os momentos de solidão mais profunda.
Reabri
os olhos. Em meu redor, os veraneantes ruidosos e as suas gargalhadas e
assertividades continuavam impossíveis de ignorar. Mas eu estava totalmente só.
Afastei
o fino, já defunto, para o ponto mais longínquo da mesa. Peguei na cigarrilha
esquecida e acendia-a. Tirei duas ou três passas e apaguei-a teimosamente
contra o cinzeiro, mais enjoado do mundo que do fumo. Vi, então, um mosquito
que ziguezagueava sobre o tampo e, com a ponta do dedo indicador, sem
hesitação, esmaguei-o como acabara de esmagar a cigarrilha. Pensei… Os
mosquitos terão alma? Alguém terá alma? Era verdade que o mosquito não tinha
culpa de ser mosquito. Mas será que alguém tinha culpa de ser quem era? Afastei
a dúvida com um leve abanar de cabeça impercetível. Com certeza. Cada um era
responsável pelos seus atos e pela compreensão das suas motivações, ou assim
achei. Não me sentia com vontade de embarcar em teorias sociológicas que sempre
favorecem os bandidos e ignoram os desprotegidos. Alguém era verdadeiramente
responsável em último caso? Todos. Os teóricos mais que todos, provavelmente. E
os políticos. E os financeiros. E as multidões entusiasmadas. E também eu,
claro, mas isso não me incomodou particularmente.
Durante
o caminho de regresso em tons acinzentados, pensei. Muito. Deveria ter tido
mais cuidado quando o meu filho ia a festas? Quando ia a concertos? Quando ia a
festivais? Deveria ter-me mantido em permanente contacto com os professores?
Acima de tudo, muito acima de tudo, deveria eu ter estado mais presente e ter
conversado com ele numa base menos superficial e mais regular? Complexos de
culpa não levam ninguém a lado algum, mas tornam-se, de algum modo,
profundamente humanos e inevitáveis. E, em todo o caso, ainda me considerava
humano, talvez até mais humano do que alguma vez fora. Não sei, dependeria de
quem me avaliasse. Não é verdade que os humanos têm essa tendência inelutável,
com o direito que ninguém lhes deu e a finalidade que não existe em termos
práticos, de se avaliarem mútua e continuadamente?
Entrei
inesperadamente no meu atelier onde, para minha vaga satisfação, todos
trabalhavam e ninguém tinha saído para um café e cumprimentei cada um dos meus
colaboradores efusivamente. Provavelmente, surpreendi-os. Sobretudo, porque me
fiz acompanhar da oferta de uma flor vermelha, não sou especialista em nomes de
flores, a cada um. Surripiara-as junto ao muro de uma das vivendas, na pequena
avenida junto à praia. Como ninguém notou, ninguém me achou ladrão. Não passei
de um pequeno malandro bem-intencionado. A nossa nova estagiária, Eunice,
pareceu-me particularmente surpreendida.
Contrariamente
ao que sucedera no decurso de quase um ano, deixei-me por lá ficar, passei por
todas as secretárias, todos os computadores, todos os projetos, convidei o
grupo para almoçar, continuei lá e enchi a casa de opiniões e contributos. Os
que de há muito me conheciam devem ter pensado “finalmente, de volta!”. E isso,
penso, deve tê-los alegrado. Independentemente da posição de cada um, criam-se
laços ao longo do tempo. Quando, ao fim da tarde, saímos e nos despedimos com
um falso até amanhã, não pude deixar de olhar para a fachada com um toque de
nostalgia.
Dirigi-me,
seguidamente e de surpresa, a casa da minha irmã. Nem sabia se por lá estariam,
ela e o marido. Mas estavam e pareceram genuinamente felizes por me rever.
-
Ficas para jantar? Não estava a contar, mas é claro que dá para todos. –
convidou Joana.
A
minha ideia era diferente.
-
Na verdade…, - disse, -… vinha convidar-vos para jantar fora. Gostaria muito de
vos levar a um dos melhores restaurantes da cidade. Considerem isso um
agradecimento, pequeno mas sincero, pelo apoio que sempre me deram nos piores
momentos.
-
Oh, não vale a pena. Miguel, ficamos muito bem, os três, aqui em casa. Mais
confortáveis e mais à vontade. Obrigada, mas não há mesmo necessidade.
Tive
que insistir um pouco, mas fazia questão, sobretudo porque era assim que o
planeara.
Graças
à minha persistência, jantámos um jantar de reis. Animado. Perfeito. E, chegada
a hora do café e de um digestivo que Joana declinou mas que Mário, já bastante
alegre do vinho e da conversa, aceitou de bom grado, como um mestre
prestidigitador, retirei do bolso o meu truque final. Um anel de ouro branco,
recoberto de pequenos diamantes, para a minha irmã e uma belíssima Montblanc, também em ouro incrustado,
para o marido. Notei, satisfeito, a surpresa nos seus olhares enquanto
desembrulhavam as cuidadas embalagens. Por um lado, não sabiam como aceitar,
por outro, não faziam ideia de como recusar. Em todo o caso, a recusa teria
sido de mau tom, independentemente da proximidade entre nós. Por instantes,
ficaram mudos.
-
Mas o que é que te deu? – interrogou, enfim, Joana entre um tom falsamente
zangado e um certo deslumbramento – Isto é o tipo de coisa que se oferece a uma
noiva. Sinceramente, estou sem palavras. Sem palavras, mesmo. Tu és louco!
-
Miguel, … - acrescentou Mário - … não sei o que dizer. A caneta é fantástica e…
não sei o que dizer! Não fiz nada para merecer isto. Nem sequer é o meu
aniversário!
-
Não se preocupem. Eu posso. E quero. Faço questão, certo? Muito obrigado por
tudo o que fizeram por mim. – respondi, muito simplesmente, com um sorriso.
E
completei:
-
Os meus dias piores estão basicamente mortos e enterrados.
No
final, deixei uma gorjeta de 50 euros ao empregado e diverti-me a observar a
estupefação estampada nos rostos de todos. Ainda recebi um “extremamente grato”
acompanhado de uma pequena vénia, mas nem Joana, nem Mário comentaram.
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